Deixo partir o que de você em mim
Coloco-me em posição de memória
Esqueço sem, no entanto, sim
Perder de todo sua imagem...
E ficou...
A prata absurda na água da tarde marinha
O silêncio, mais do que tudo
Tudo o que se poderia haver dito
Suas odes, seu olhar aflito
Deixo a maré
Desprendo-me
Suave é poder ser
Sem ter que ter
Com ninguém
Mero é existir e querer
O que vem
E supondo
Supondo que tudo se dissipa
Orla, barca, peixe, areia, vela, prédio
Gente, sopro, vento, sal e sal, e mar, e vida
Orgulho, medo, amor, amor, suor, saliva
Deixo partir o que de mim agora
Quer apenas fingir
Mentir que é apenas coração...
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