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sexta-feira, 8 de julho de 2011

UM OCASO

Teus cabelos vermelhos
Os olhos, dois espelhos cegos
Não me diz mais nada
Mais nada
Teu silêncio, tua alma muda, tua apatia...


No céu da madrugada fria
De estrelas caladas teu semblante vazio
Teus punhais e espadas, o torpor sombrio
De enganos, mentiras, verdades massacradas
Mascaradas, condenadas a te esconder


Nada mais veio me dizer
Nenhum sinal, nenhuma dor para entender...
Tua pele de gelo, tuas unhas falsas
Tuas garras negras, escondidas, contidas
Teu hálito irreconhecível, tua inerte razão

A calma do teu desespero no metal da noite
A própria noite, no escuro do escuro sentimento
Cada momento século pulsa tua inocente ingratidão
Cada segundo se move como um nevoeiro
Tomando aos poucos as frestas da cansada embarcação


Lento, agora o dia escorre
Para o ocaso
De tua indiferença distraída – a mesma que por fim nos dissipou
Como uma sentença, há muito já percebida
Desta espécie de morte
A mesma que nos aplacou.




2007 ...

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